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Demência Frontotemporal






A demência frontotemporal (DFT) é uma forma de degeneração primária que comumente tem início pré-senil, recebendo este nome devido ao comprometimento preferencial de lobos frontais e temporais do encéfalo. O quadro clínico é marcado principalmente por alterações de personalidade e de comportamento, em detrimento de déficits de memória e de habilidades visuo-espaciais, como observado na Doença de Alzheimer. Embora as alterações sejam basicamente de comportamento e personalidade nos casos de DFT, observam-se diferentes perfis clínicos, conforme descrição abaixo. O subtipo apático de DFT é caracterizado por dificuldades de ativar para diferentes situações, como por exemplo, para cuidados pessoais, incluindo higiene. Comumente, o quadro cursa com alentecimento e diminuição da produção de fala. O subtipo estereotípico se caracteriza por comportamentos repetitivos, tais como falas (jargões/reverberações) ou mesmo comportamentos que lembram rituais. O subtipo desinibido, por sua vez, é marcado por comportamentos inadequados, impulsividade, desinibição (conversar com estranhos sobre temas inapropriados), além de hiperoralidade.Embora diferentes do ponto de vista de alterações de comportamentos, os três subtipos costumam apresentar comprometimento de funções executivas, memória operacional e linguagem, com déficits de memória sendo menos evidentes. Entretanto, os déficits executivos podem variar de acordo com o subtipo, com déficits de controle inibitório com mudanças de cenário de forma impulsiva em alguns casos (subtipo desinibido) ou perseveração em uma mesma regra em outros casos (subtipo estereotípico), por exemplo. Deve-se também ressaltar que, assim como outras degenerações primárias pré-senis, a evolução do quadro é extremamente rápida, o que ressalta a necessidade de diagnóstico correto nos primeiros estádios da doença.

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